Do que exatamente somos contemporâneos? O filósofo italiano Giorgio Agamben nos coloca diante da pergunta "De quem e de que somos contemporâneos?”. Abismo e pistas se abrem com tais interrogações. O que significa ser contemporâneo? Que questões nos atravessam para sentirmos que somos contemporâneos? Se ocupar de tais indagações, refletir sobre elas pressupõe se ocupar da vida humana, não da vida nua, generalizada, descarnada, desossada e constante nos livros de anatomia, mas a vida de cada um, cotidiana, no presente, com suas dores, seus temores e horrores, seus analgésicos, anestésicos estéticos e estripulias, vida na alegria, na agonia, nas idiossincrasias, no desespero, vida que tem de criar-se si, junto com os outros, no SER-COM-OS-OUTROS, vida que se coloca como problema, problema que está aonde estamos: SOMOS!
O ano de 2022 mal chegou, como ‘chega’ todo ano novo, com festas, promessas, esperanças, etc, e já se vai, como diria o poeta, tarde, ‘deixando um acre sabor na boca” e abrindo as portas para 2023. Mas o ano não sabe que é ano, 2022 ou 2023 pouco importa, mas nós o sabemos em nossos corpos, e sabemos também que 2022 não é só ‘mais um ano’, mas o ano “pós-pandêmico”, com seus imensos desafios em todos os campos. O ano está em nós, o mês, o dia, a hora, no instante em que nossa vida fugidia acontece e tem de fazer-se COMO sentido e COM sentido compreendendose a si mesma e exigindo novos mundos, novos rumos, que necessariamente seremos nós mesmos a termos de criar, e se não o fizermos corremos o risco de perdermo-nos tal como já o fizemos tantas vezes. É disso que trata o tema do nosso SETA/2022: IMAGENS DO CONTEMPORÂNEO: patologias, desafios, responsabilidades e singularidade humana, decidido por 66,8% da comunidade votante.
É neste contexto de perplexidades e de incertezas que o SETA-Seminário ESUDA de Trabalhos Acadêmicos, provocado pelo GEIA (Grupo ESUDA de Interlocução Acadêmica) se propõe dialogar com a comunidade, convidando a pensar a partir de onde estamos, do que estamos fazendo, decidindo, escolhendo. O SETA, que há nove anos nasce da escuta dos problemas enfrentados pela sociedade brasileira, especialmente aqui, nesta comunidade acadêmica, nesta cidade tão complexa que é Recife.
Por isso, o tema do IX SETA, IMAGENS DO CONTEMPORÂNEO PATOLOGIAS, DESAFIOS, RESPONSABILIDADES E SINGULARIDADE HUMANA, convida-nos para um encontro crítico, reflexivo, analítico e cuidadoso do presente e suas vertebras, seus vasos, venenos e articulações. Compreender o presente e seus fluxos, suas demandas, exigências e desafios. O tema escolhido convida-nos a empenharmos no exercício da investigação e compreensão, ‘ler o caos, inventariar o que não tinha sido experienciado antes’
A Programação completa do SETA 2022 será disponibilizada após o período de inscrição.